terça-feira, 15 de abril de 2014

15 Acto


Serei sempre aquele pouco do contrário que desperta a tua mais pequena atenção. Ainda hoje me pedem para ser mulher e olho para mim e sinto-me uma pequena mulher. Em crescimento e metamorfoses. E, mesmo sendo aquele pouco do contrário, nunca me senti repartida por peças. É uma questão de não me sentir assustada com o tempo a passar e ter planos para aqueles dias em que vou receber uma reforma de merda e viver numa casinha bonita. Eu não quero mudar muito do que sou hoje. Gosto da minha pele, das minhas curvas e da minha natureza. E, gosto do meu sorriso mal-feito e do meu lápis constantemente borratado. Simplesmente, gosto. É um acto catastroficamente necessário gostar de nós. Porque se gostarmos de nós saberemos lidar com o mundo claustrofóbico, sobreviver e inventar. E, inventar-mo-nos sem nunca perder a linha e a cor. 

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